TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DO ZIKA VÍRUS É UM DESENVOLVIMENTO NACIONAL. BRASIL SAI NA FRENTE
CRIADO POR PESQUISADORES DA BAHIA, O TESTE DÁ RESULTADO AO PACIENTE EM 20 MINUTOS
Agência Brasil - A Secretaria de Saúde
da Bahia obteve o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e apresentou hoje (31) em Salvador, o primeiro teste sorológico
rápido nacional para detecção do Zika vírus. Assim, o exame que costumava levar semanas terá resultado em até 20 minutos.
O secretário de Saúde da Bahia, Fábio
Vilas-Boas, destaca que o teste rápido facilitará a vida da população,
ao permitir às mulheres, por exemplo, saberem se já foram ou estão
infectadas pelo vírus.
"Hoje existe uma quantidade de pessoas
com sintomas que não têm o diagnóstico definitivo, ou seja, você acha
que a pessoa tem a Zika vírus, mas pode ser uma outra virose. A partir
de agora, principalmente para as mulheres em idade gestacional, ter a
informação se ela teve ou ainda não Zika é extremamente relevante para a
decisão dela, em iniciar uma gestação", ressalta Fábio Villas-Boas.
Como o teste é feito
O dispositivo tem duas fitas portáteis,
que usam uma pequena amostra de soro do paciente. Uma das fitas reage
com o anticorpo IgM, identificando infecções de até duas semanas. Já o
segundo cassete reage ao IgC e identifica se o paciente já teve a
infecção há mais tempo. Isso permite que o teste rápido detecte os
anticorpos contra o vírus da Zika, no organismo do paciente, em qualquer
fase da doença.
"O Zika antes era diagnosticado em
laboratório através do PRC (método que detecta a presença de carga
genética do vírus), o que era demorado e muito custoso. A partir de
agora, poderemos oferecer o diagnóstico em qualquer posto de saúde nos
lugares mais distantes do país e em apenas 20 minutos a população terá a
resposta se tem ou teve Zika", explica o secretário.
Parceria
O teste foi desenvolvido em parceria da
Sesab com uma empresa sul-coreana, que transferiu a tecnologia ao
laboratório fabricante, a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e
Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos
(Bahiafarma), ligado à Secretaria de Saúde do Estado. Com a autorização
concedida pela Anvisa, o laboratório aguarda o pedido do Ministério da
Saúde para iniciar a fabricação e distribuição a toda a população
brasileira. A previsão inicial pode ser de até 500 mil testes por mês.
"O processo iniciou-se em agosto do ano
passado, com a assinatura do protocolo, porém o desenvolvimento do
produto ocorreu entre setembro e janeiro e nós começamos a fazer
escalonamento de lotes-piloto para registro do produto", conta o
diretor-presidente do Laboratório público, Bahiafarma, Ronaldo Dias.
Não se sabe ainda, no entanto, quando o
Ministério da Saúde fará o pedido para fabricação dos produtos.
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